Hackerspace: Um novo modelo de escola
A palavra escola vem do grego skholē e, paradoxalmente, significava lazer. Na antiguidade, a escola para os gregos trazia momentos de ócio, reflexão e experimentação livre. O ensino obrigatório era aplicado para escravos, além de ter sido adotado pelos espartanos devido à sua conduta militar.
Por outro lado, o termo hackerspace vem da combinação das palavras inglesas hacker e space. Hacker, em seu sentido mais amplo, significa descobrir, modificar e compartilhar. Dessa forma, um hackerspace é um espaço onde as pessoas podem hackear coisas, ou seja, explorar e criar livremente. Trata-se, no fundo, de um espaço físico muito semelhante a um laboratório de informática, onde pessoas compartilham informações, realizam experimentos, promovem debates e palestras, praticam jornalismo hacker, dentre outras formas de compartilhar conhecimento.
Diferente do atual modelo de escola, não há (ou pouco se vê) estrutura hierárquica, divisão de idades, meritocracia, castigos, divisão por níveis de conhecimento (classes), nem testes de aprovação. Tudo ocorre de forma livre e experimental, sem qualquer forma de pressão ou obrigatoriedade, todas as ações são discutidas e realizadas de forma coletiva. Além disso, os espaços têm acesso público.
É notável que, de uma forma muito parecida com a escola da Grécia antiga, os hackerspaces vêm aos poucos reconstruindo esse antigo cenário e adotando paradigmas associados ao prazer de aprender, que foram esquecidos ao longo da história. Será a cultura hacker responsável por trazer os valores perdidos na Grécia antiga para a educação no mundo moderno?
Hackerspaces brasileiros:
- CG Hackerspace, Campina Grande – PB
- Garoa Hacker Clube, São Paulo – SP
- Laboratório Hacker de Campinas, Campinas – SP
- MateHackers, Porto Alegre – RS
- SJC Hacker Clube, São José dos Campos – SP
- Tarrafa Hackerspace, Florianópolis – SC
- Triângulo Hackerspace, Uberlândia – MG
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