Ética Hacker: em defesa da liberdade digital

Ética Hacker: Em Defesa da Liberdade Digital

Quando ouvimos falar em hackers, a tendência é lembrarmos de invasores de sites, espionagem digital e pessoas que roubam contas de banco. Tais terroristas digitais, também conhecidos como crackers, são o lado sombrio do movimento. Há uma estreita diferença entre hackers, crackers e ética hacker, com conceitos que estão muito além do imaginário popular e da manipulação da mídia empresarial.

Origem dos termos "hacker" e "cracker"

O termo cracker vem do inglês, significa “aquele que quebra” e é geralmente associado à pessoas que “quebram” formas de segurança para roubar dados e geralmente são vistos como criminosos. Já o termo hacker, também vem do inglês e tem em sua tradução mais aproximada “aquele que decifra”.

Hackers vs. Crackers: Entendendo a diferença

Os hackers são indivíduos dotados de conhecimento e habilidade para entender a engenharia por trás da programação e capazes de modificá-la no intuito de reorganizá-la, ainda que seja necessário burlar a segurança de um sistema. Nem sempre são criminosos ou pessoas mal intencionadas, é aí que entra o conceito de cracker. O que diferencia um hacker de um cracker é a forma como ele lida com a informação. Se a intenção é prejudicar e usar a informação para fins imorais e ilegais, o hacker passa a ser um criminoso, podendo ser intitulado de cracker ou cibercriminoso, pois além de invadir sistemas, tornou-se uma potencial ameaça à sociedade.

A diferença entre os dois tipos de hackers pode muitas vezes ser tênue, chegando muitas vezes a ter um significado ambíguo. Existem grupos de hackers que são ativistas, também conhecidos como hacktivistas, que podem fazer uso de métodos crackers para quebrar a segurança de algum sistema, geralmente político ou empresarial, em prol da sociedade. No intuito do bem comum, eles podem até mesmo infringir leis como um ato de desobediência civil.

A ideologia da ética hacker

A ideia de desobedecer as leis em benefício mútuo na internet tornou-se parte da Ética Hacker. Tiramos proveito desse ciberativismo todos os dias, muitas vezes até de forma desapercebida. Quando compartilhamos e ouvimos músicas mp3 ou quando assistimos filmes baixados na web, ou ainda instalamos um programa privado comprar sua licença, estamos todos participando dessa revolução digital, mesmo que indiretamente.

Indústria e governo juntos tentam criar a ideia de que compartilhar arquivos na internet seria um crime digital. Porém, quando roubamos tiramos algo de alguém, ou seja, ele fica sem. Quando copiamos, ninguém fica sem; todos ganham compartilhando. O que existe no fundo é uma indústria gananciosa que tenta reter a informação para lucrar em sua venda, deixando aquele que tem menos dinheiro sem informação e privilegiando uma minoria mais abastada. A ideia é que compartilhar e copiar não é o mesmo que roubar, logo não deveria ser vista como crime.

A revolução digital e a pressão por mudanças

A retenção de informação por parte do meio empresarial muito se parece com a ideia de uma ditadura digital. Antigamente, a ditadura não nos permitia conversar e trocar ideias abertamente. Hoje, governo e indústria tentam proibir a livre troca de conteúdo/informação na internet. No entanto, a pressão da massa digital é uma força visível e as leis que empresários e políticos tentam ditar têm cada vez menos espaço no mercado da web.

Por fim, se compartilhar entretenimento, cultura, educação, ciência e tecnologia são vistos como pirataria, então isso deve realmente ser algo bom. Diante dessas questões, é essencial repensarmos a ideia de pirataria. Se compartilhar cultura, educação e conhecimento é benéfico para a sociedade, talvez devamos abraçar a ideia de sermos "piratas" em prol da liberdade digital e da igualdade de acesso à informação.


Tags:

  • Segurança digital
  • Ética hacker
  • Programação

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